Marca é identidade, memória e história!

Marca é identidade, memória e história!

A força e a potência dos elementos da marca: como eles transformam as conexões criadas ao longo da sua jornada e os impactos que eles geram na construção da personalidade do indivíduo.

Quando uma marca muda, ela modifica tudo ao seu redor. É uma nova história sendo escrita, novos momentos estão em produção e com eles, nos formas de conexão com o mundo.

Hoje, no meio da madrugada, um sonho me acordou com uma lembrança que me pegou de surpresa e ressoou como um aperto no coração: a mudança de nome da escola que estudei a maior parte da minha infância e adolescência (foram exatos 11 anos de relação).

Antes chamada de Geo, percebi que a escola, já com o novo nome - Plenus - transparecia muitas diferenças, mas, ao mesmo tempo, muitas semelhanças com tudo o que havia vivenciado durante os anos colegiais. Essa transição que, ao mesmo tempo tão simples e tão profunda, me fez refletir sobre como uma marca, seja ela pessoal ou corporativa, carrega consigo não apenas uma identidade, mas uma história.

A primeira sensação que tive foi "minha história foi apagada". Na sequência, sem a euforia do momento "pós-sonho que acorda a gente na madrugada" e após pensar com mais calma, entendi que a minha história foi, simplesmente, ressignificada.

Não mudou a essência, mudou o nome.

Quem passou por aquela escola e, possivelmente, sentiu o que senti, percebeu que algo mudou. Mas o que realmente mudou? O nome. Mas a essência? Os valores? Não. Esses elementos foram apenas ampliados, elevados, melhorados e, ao mesmo tempo, acolhidos por um novo "como", uma nova forma de fazer as coisas.

A mudança de nome não apaga o passado, ela apenas coloca uma nova camada sobre ele. E quando estamos falando de marcas - pessoais ou empresariais - a responsabilidade é enorme. Uma marca não é apenas um logotipo ou um nome bonito. Ela é um pacto, um contrato de vínculo com as pessoas e uma coalização de uma história, e esses contratos são gerados, principalmente, pela confiança.

Quando uma marca muda, independente da mudança, ela não está apenas alterando um pedaço de sua identidade, ela está sinalizando o nascimento de uma nova fase e um novo capítulo de uma narrativa. Por isso, o trabalho de branding vai além da criatividade ou da inovação, ele exige sensibilidade, estratégia e um profundo respeito pelo que já vem sendo contado.

Na gestão de marcas, é fundamental lembrar que cada elemento que compõe o seu universo tem o poder de transmitir emoção e, no final das contas, o que permanece não é apenas o imagético, o que fica é a memória, os valores e a conexão construída ao longo do caminho.

Uma marca é construída, em grande parte, pela experiência emocional que ela proporciona.

Todos os movimentos gerados por uma marca são oportunidades de construir novas memórias, de renovar um compromisso com o público e de dar novos significados a algo que já tem um valor profundo (mas, ainda que tenhamos liberdade de explorar o novo, é preciso lembrar que, por trás dessa mudança, está uma narrativa que não pode ser apagada. Ela precisa ser entendida, respeitada e, se possível, ampliada.

Analisando o processo, me convido a repensar sobre as nossas marcas pessoais. Penso sobre o que o nome que carregamos diz sobre nós, como ele conta a nossa história e, quando decidimos mudar algo - seja nosso nome, nossa identidade ou nossa trajetória - o que estamos realmente transformando.

Marcar o próprio lugar não é apenas transformar uma ideia em algo tangível, vai além. É sobre entender as emoções que serão geradas, as conexões que serão promovidas e, acima de tudo, a história que será deixada para aqueles que fazem parte a jornada.

Marcas são, antes de tudo, conexões emocionais. E, como qualquer conexão, elas precisam ser cuidadas, entendidas e respeitadas.

(E o Geo? Continua cravado na minha vida na forma como me relaciono com o meu passado, com o meu presente e com o meu futuro. Continua existindo na maneira como faço a manutenção da relação de amizade com os meus amigos e colegas de infância. Continua vivo na forma como sou grato pela dedicação de cada professor e prestador de serviço que dedicou parte da sua vida para me ajudar a construir a minha. Continua aqui, dentro de mim... só que melhor!)

Camilo Castro